Dieta é mais eficiente que remédio para refluxo

11h02 - 8 de janeiro de 2018

Para pesquisadores do Hospital Phelps, em Nova York, nos Estados Unidos, a solução para conviver com a doença não está necessariamente na farmácia. Em vez de se entupir de medicamentos, uma alternativa seria investir em uma dieta inspirada na do Mediterrâneo, rica em frutas, verduras, grãos e oleaginosas.

Os sintomas de azia e má digestão são tão comuns que muita gente já aprendeu a conviver com eles contando com estoques de antiácidos no armário e truques caseiros. Só que a recorrência e outras características incômodas, como regurgitação, dores no peito e na garganta, tosse seca, rouquidão e pigarro, indicam que o problema é mais insistente do que se imagina: o refluxo afeta 12% da nossa população, o que equivale a 20 milhões de brasileiros.

Para o estudo, os especialistas recrutaram dois grupos de pacientes com refluxo do tipo laringofaríngeo. Um deles foi tratado da forma tradicional, com remédios e recomendações gerais de prevenção às crises. Já o outro grupo só adotou uma dieta baseada primordialmente em alimentos de origem vegetal e consumiu água alcalina, que tem pH mais básico do que a mineral.

E o resultado surpreendeu: 54% das pessoas que seguiram o tratamento medicamentoso tiveram redução significativa no teste que avalia a severidade dos sintomas de refluxo, mesmo benefício atingido por 62% dos participantes que mudaram o cardápio diário.

“Nosso estudo mostra que a adoção da dieta de estilo mediterrâneo parece funcionar tão bem, ou até melhor, do que a terapia medicamentosa tradicional. Além disso, tem a vantagem de não trazer riscos colaterais”, conta o líder da pesquisa, Craig Zalvan, chefe do Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital Phelps.

Zalvan ainda recomendou parcimônia no consumo de carnes, com porções de 80 a 100 gramas em duas ou três refeições por semana. Leites, queijos e companhia também receberam uma plaquinha de alerta dos estudiosos. No entanto, a nutricionista Cintya Bassi, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo, ressalta que não se pode excluir esses alimentos da dieta sem o acompanhamento de um profissional de saúde – já que eles concentram nutrientes essenciais, como cálcio e vitaminas do complexo B.

Em resumo, o primordial mesmo é caprichar no consumo de alimentos integrais e de origem vegetal, carregados de fibras, vitaminas e minerais. Quanto mais variedade no prato, maior a chance de o corpo responder de forma amigável. “Frutas, legumes, verduras e fontes de gorduras boas, como azeite e oleaginosas, favorecem o funcionamento do trato gastrointestinal”, justifica Cintya.

Abaixo, confira alguns alimentos mais do que liberados para quem sofre com o refluxo:

Frutas

São ricas em fibras e outras substâncias amigas do estômago. Dê preferência às menos ácidas, como banana, maçã e mamão.

Leguminosas

Grão-de-bico, feijão e ervilha têm poucas calorias e muita fibra. Se causarem desconforto, fale com o nutricionista.

Verduras

Melhoram a digestão, equilibram a acidez e incentivam a proliferação de bactérias boas.

Oleaginosas

Nozes e castanhas são fontes de gorduras boas. Mas consuma sem exageros: cerca de 30 gramas diários.

Água alcalina

Tem pH mais básico e, por isso, controla a acidez. Só não exagere – caso contrário, pode ocorrer um efeito rebote.

 

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